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sábado, 17 de novembro de 2012

~Prólogo~

Quem passasse por perto daquele edifício podia adivinhar que algo de muito estranho se passava lá dentro. Primeiro foi o intenso som dos passos apressados e das correrias, depois o ruído de ferramentas em utilização, seguido do tilintar de recipientes de vidro e algumas faíscas. Logo após isso, pequenas risadas e manifestações de entusiasmo, juntamente com alguns sons de maquinaria e protestos ocasionais vindos do segundo andar. Alguns estrondos, explosões, o estilhaçar de umas quantas garrafas, mais barulhos de máquinas em funcionamento, um pequeno silêncio misterioso, e…
-Sim! SIIIIIM!!! – uma voz feminina ecoou, tão alto que não seria de admirar se toda a cidade tivesse ouvido – Finalmente, finalmente está pronta... Ren! – um súbito silêncio – REN, DESCE CÁ ABAIXO, RAIOS!
Ouviu-se algo cair ao chão no andar de cima, seguindo-se mais uns quantos protestos, e o dito cujo lá desceu as escadas.
-Não sabes ter calma e falar mais baixo mulher? Não dormi nada esta manhã por tua culpa – um rapaz, de aspeto peculiar, fitou a emissora dos gritos com a expressão irritada de alguém que tinha sido acordado à força, olhando de seguida para o relógio na parede – Oh meu deus, são oito da manhã! Que tipo de alteração possuis tu no cérebro que te impede de dormir como um ser humano normal? – o rapaz olhou-a chocado, passando de seguida uma das mãos pelos cabelos rosados e levando a outra à boca para cobrir um longo bocejo.
-Para quê dormir quando podes revolucionar a história da humanidade? – a mulher, com longos cabelos amarrados em dois rabos-de-cavalo compridos e uma bata de laboratório vestida, falou com entusiasmo enquanto puxava o pobre rapaz até junto de um enorme engenho com um ar suspeitoso – Isto, meu caríssimo e fiel ajudante, é a invenção que nos tornará internacionalmente conhecidos e irá, com certeza, modificar por completo toda a história deste planeta desde os seus tempos primordiais. Esta obra-prima, com a qual tenho vindo a perder vários dias-
-Podemos saltar a parte das introduções grandiosas e passar logo ao que importa? Diz-me lá o que é que essa… essa coisa faz – Ren falou, ensonado.
-Esta “coisa”, meu lindo, é nada mais, nada menos do que uma máquina com a capacidade de converter qualquer animal, seja de que espécie for, num ser humano completo, com a mesma capacidade de expressão e raciocínio que tu e eu possuímos! – respondeu ela, com um sorriso quase diabólico na face. O seu entusiasmo e felicidade eram bem visíveis.
- Aham, e que provas tens tu de que essa geringonça funciona? – o rapaz olhou-a desconfiado.
-Bem, como seria de esperar, ainda não foi testada. Podemos fazer isso agora mesmo, que tal usarmos o peri-
-Não, não e não! – gritou ele, enquanto corria para junto de uma gaiola com uma pequena ave colorida no interior, abraçando-a fortemente contra si – Este é o meu periquito e ninguém, NINGUÉM, senão eu, está autorizado a tocar-lhe numa pena que seja! Estamos entendidos sua louca?
A cientista revirou os olhos e coçou a cabeça, passando o olhar pelas paredes da divisão e voltando logo depois a focar-se no rapaz.
-Sabes, que, eventualmente, esse pássaro um dia irá morrer e isso é bem pior do que-
-Cala-te, cala-te, CALA-TE! Não digas essas coisas horríveis, estás a assustar o meu Piriri! – Ren olhou-a intensivamente com um ar aterrorizado, enquanto a pequena ave simplesmente pulava em ignorância no interior da sua casa.
-Mau, mau… a mandar-me calar? Sabes que te posso pôr fora da porta a qualquer momento?... – ameaçou ela com um sorriso provocador.
O rapaz então recompôs-se de imediato, retomou uma expressão mais séria e calma, e foi pendurar a gaiola no lugar devido. Olhou a mulher de relance enquanto se certificava que o objeto estava bem posicionado, dando a volta de seguida e tornando a falar.
-Eu sei… – suspirou – mas nada de experiências com os animais de estimação dos outros, entendido? Além disso, se algo correr mal com essa coisa aí, posso muito bem ser a única pessoa com a capacidade de te tirar de problemas… não sei se seria muito conveniente expulsares o teu salvador de casa. – deu um ligeiro sorriso, erguendo uma sobrancelha. A cientista simplesmente o olhou com uma expressão nula, enquanto um silêncio inquietante se levantava entre os dois.
-Bah, como queiras. – respondeu ela, começando de seguida a fixar o olhar  no topo das paredes, procurando por algo – Vamos experimentar com aquela aranha ali, então! – exclamou, apontando para a pequena criatura que despreocupadamente encurralava um inseto nos fios da sua teia.
-Não sei se isto vai ser bom…
Ignorando as palavras do jovem, a mulher encaminhou-se até à sua grandiosa máquina e começou a ajustar uma série de mecanismos e alavancas, rodando-a ligeiramente e dirigindo a pequena lente que esta possuía para o local onde o animal estava.
-E agora observa, meu caro, como é dado em poucos segundos o maior salto da humanidade! – a cientista falou, orgulhosa, e premiu de imediato um eminente botão verde situado na parte traseira daquela tão peculiar invenção.
A máquina começou a tremer ruidosamente e a produzir uma série de sons estranhos que os deixaram a ambos perplexos. Então uma pequena luz acendeu-se, e no preciso momento em que tudo parecia estar a funcionar… o aparelho subitamente parou de se mover. A cientista olhou-o, desconsertada.
-Não me digas que tive tanto trabalho para nada... – encarou a máquina, desiludida e relativamente irritada.
-Eu disse que não ia funcionar. – Ren comentou, com uma expressão ligeiramente divertida.
Esta começou então a tocar na máquina por todos os cantos, a ajustar todos os botões e alavancas, dando uma série de pancadas em todas as partes do aparelho, parando logo de seguida ainda mais desiludida.
- Raios, está tudo no sítio, POR QUE RAIO NÃO FUNCIONA?? – a mulher pontapeou a máquina, furiosa, e esta subitamente começou a produzir um estranho som no interior. O som adensou-se cada vez mais, e quando estava tão intenso que era quase impossível ouvir mais alguma coisa, soltou-se um enorme “KABOOM!”, e uma série de raios luminosos saltaram por todos os cantos, desaparecendo pelas paredes e deixando a máquina em fanicos.
A cientista e o seu ajudante assistiram a tudo, atónitos, ficando no ar um pequeno silêncio logo após o enorme estrondo, silêncio esse que foi imediatamente quebrado.
-Oh não…



11 comentários:

  1. OMG !!! Tá lindo 8D Visualizei cada cena na minha cabeça como se tivesse no cinema !! Eu quero mais, MUITO MAIS, MUAHAHAHAHAHAH
    E ISTO É UMA ORDEM !!! -brinks
    Mas sério, tá muito bom o3o Sem erros de qualquer tipo ( oh menos que detectasse ) e muito interessante. Devias formar um livro 8D
    Quero mais, continua assim o3o Keep it up~

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    1. Thanks~ 8D
      Vais ter mais, mas tens que esperar xD
      Formar um livro? Opá isto ainda vai ser muito longo, teria que ser por volumes e olha o tempo que levava cada um >_> não estou propriamente a planear um "final" para esta história, a ideia é ir sendo publicada em formato online mesmo xD além disso o que seria feito dos desenhos, fichas de personagem e comentários à parte? São mesmo essenciais aqui. Não dá, não dá u3u
      Anyway, mais uma vez obrigada pelo comentário filho~ 8D E continua a acompanhar a história

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  2. Está perfeito, leu-se bem e cada vez ficou mais interessante, continua senão mando o Slender Man ir buscar-te xD

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  3. omg ... *q*
    tá fantanstico, parabens >w<
    continuaa ~

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  4. "KABOOM" *--* máximo minha jeff!!

    Espero pela historinha toda :c

    Beijinhoos, da tua mamã que odeia a tua filha <3 xbb

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    1. obrigada Jeff Jane ºwº (ok what)
      eu vou continuar, só tens que aguardar xD
      thanks mais uma vez mãe 8D Beijinhos do Jeff para ti~

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  5. Ficou mesmo bom, escreves tão bem! *w*

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