Quem passasse por perto daquele edifício podia adivinhar que
algo de muito estranho se passava lá dentro. Primeiro foi o intenso som dos
passos apressados e das correrias, depois o ruído de ferramentas em utilização,
seguido do tilintar de recipientes de vidro e algumas faíscas. Logo após isso,
pequenas risadas e manifestações de entusiasmo, juntamente com alguns sons de
maquinaria e protestos ocasionais vindos do segundo andar. Alguns estrondos, explosões,
o estilhaçar de umas quantas garrafas, mais barulhos de máquinas em
funcionamento, um pequeno silêncio misterioso, e…
-Sim! SIIIIIM!!! – uma voz feminina ecoou, tão alto que não
seria de admirar se toda a cidade tivesse ouvido – Finalmente, finalmente está
pronta... Ren! – um súbito silêncio – REN, DESCE CÁ ABAIXO, RAIOS!
Ouviu-se algo cair ao chão no andar de cima, seguindo-se
mais uns quantos protestos, e o dito cujo lá desceu as escadas.
-Não sabes ter calma e falar mais baixo mulher? Não dormi
nada esta manhã por tua culpa – um rapaz, de aspeto peculiar, fitou a emissora
dos gritos com a expressão irritada de alguém que tinha sido acordado à força,
olhando de seguida para o relógio na parede – Oh meu deus, são oito da manhã!
Que tipo de alteração possuis tu no cérebro que te impede de dormir como um ser
humano normal? – o rapaz olhou-a chocado, passando de seguida uma das mãos
pelos cabelos rosados e levando a outra à boca para cobrir um longo bocejo.
-Para quê dormir quando podes revolucionar a história da humanidade?
– a mulher, com longos cabelos amarrados em dois rabos-de-cavalo compridos e
uma bata de laboratório vestida, falou com entusiasmo enquanto puxava o pobre
rapaz até junto de um enorme engenho com um ar suspeitoso – Isto, meu caríssimo
e fiel ajudante, é a invenção que nos tornará internacionalmente conhecidos e
irá, com certeza, modificar por completo toda a história deste planeta desde os
seus tempos primordiais. Esta obra-prima, com a qual tenho vindo a perder
vários dias-
-Podemos saltar a parte das introduções grandiosas e passar
logo ao que importa? Diz-me lá o que é que essa… essa coisa faz – Ren falou,
ensonado.
-Esta “coisa”, meu lindo, é nada mais, nada menos do que uma
máquina com a capacidade de converter qualquer animal, seja de que espécie for,
num ser humano completo, com a mesma capacidade de expressão e raciocínio que
tu e eu possuímos! – respondeu ela, com um sorriso quase diabólico na face. O
seu entusiasmo e felicidade eram bem visíveis.
- Aham, e que
provas tens tu de que essa geringonça funciona? – o rapaz olhou-a desconfiado.
-Bem, como seria de esperar, ainda não foi testada. Podemos
fazer isso agora mesmo, que tal usarmos o peri-
-Não, não e não! – gritou ele, enquanto corria para junto de
uma gaiola com uma pequena ave colorida no interior, abraçando-a fortemente
contra si – Este é o meu periquito e
ninguém, NINGUÉM, senão eu, está autorizado a tocar-lhe numa pena que seja!
Estamos entendidos sua louca?
A cientista revirou os olhos e coçou a cabeça, passando o
olhar pelas paredes da divisão e voltando logo depois a focar-se no rapaz.
-Sabes, que, eventualmente, esse pássaro um dia irá morrer e
isso é bem pior do que-
-Cala-te, cala-te, CALA-TE! Não digas essas coisas
horríveis, estás a assustar o meu Piriri! – Ren olhou-a intensivamente com um
ar aterrorizado, enquanto a pequena ave simplesmente pulava em ignorância no
interior da sua casa.
-Mau, mau… a mandar-me calar? Sabes que te posso pôr fora da
porta a qualquer momento?... – ameaçou ela com um sorriso provocador.
O rapaz então recompôs-se de imediato, retomou uma expressão
mais séria e calma, e foi pendurar a gaiola no lugar devido. Olhou a mulher de
relance enquanto se certificava que o objeto estava bem posicionado, dando a
volta de seguida e tornando a falar.
-Eu sei… – suspirou – mas nada de experiências com os
animais de estimação dos outros, entendido? Além disso, se algo correr mal com
essa coisa aí, posso muito bem ser a única pessoa com a capacidade de te tirar
de problemas… não sei se seria muito conveniente expulsares o teu salvador de
casa. – deu um ligeiro sorriso, erguendo uma sobrancelha. A cientista
simplesmente o olhou com uma expressão nula, enquanto um silêncio inquietante
se levantava entre os dois.
-Bah, como queiras. – respondeu ela, começando de seguida a
fixar o olhar no topo das paredes,
procurando por algo – Vamos experimentar com aquela aranha ali, então! –
exclamou, apontando para a pequena criatura que despreocupadamente encurralava
um inseto nos fios da sua teia.
-Não sei se isto vai ser bom…
Ignorando as palavras do jovem, a mulher encaminhou-se até à
sua grandiosa máquina e começou a ajustar uma série de mecanismos e alavancas,
rodando-a ligeiramente e dirigindo a pequena lente que esta possuía para o
local onde o animal estava.
-E agora observa, meu caro, como é dado em poucos segundos o
maior salto da humanidade! – a cientista falou, orgulhosa, e premiu de imediato
um eminente botão verde situado na parte traseira daquela tão peculiar
invenção.
A máquina começou a tremer ruidosamente e a produzir uma
série de sons estranhos que os deixaram a ambos perplexos. Então uma pequena
luz acendeu-se, e no preciso momento em que tudo parecia estar a funcionar… o
aparelho subitamente parou de se mover. A cientista olhou-o, desconsertada.
-Não me digas que tive tanto trabalho para nada... – encarou
a máquina, desiludida e relativamente irritada.
-Eu disse que não
ia funcionar. – Ren comentou, com uma expressão ligeiramente divertida.
Esta começou então a tocar na máquina por todos os cantos, a
ajustar todos os botões e alavancas, dando uma série de pancadas em todas as
partes do aparelho, parando logo de seguida ainda mais desiludida.
- Raios, está tudo no sítio, POR QUE RAIO NÃO FUNCIONA?? – a
mulher pontapeou a máquina, furiosa, e esta subitamente começou a produzir um
estranho som no interior. O som adensou-se cada vez mais, e quando estava tão
intenso que era quase impossível ouvir mais alguma coisa, soltou-se um enorme “KABOOM!”, e uma série de raios
luminosos saltaram por todos os cantos, desaparecendo pelas paredes e deixando
a máquina em fanicos.
A cientista e o seu ajudante assistiram a tudo, atónitos,
ficando no ar um pequeno silêncio logo após o enorme estrondo, silêncio esse
que foi imediatamente quebrado.
OMG !!! Tá lindo 8D Visualizei cada cena na minha cabeça como se tivesse no cinema !! Eu quero mais, MUITO MAIS, MUAHAHAHAHAHAH
ResponderEliminarE ISTO É UMA ORDEM !!! -brinks
Mas sério, tá muito bom o3o Sem erros de qualquer tipo ( oh menos que detectasse ) e muito interessante. Devias formar um livro 8D
Quero mais, continua assim o3o Keep it up~
Thanks~ 8D
EliminarVais ter mais, mas tens que esperar xD
Formar um livro? Opá isto ainda vai ser muito longo, teria que ser por volumes e olha o tempo que levava cada um >_> não estou propriamente a planear um "final" para esta história, a ideia é ir sendo publicada em formato online mesmo xD além disso o que seria feito dos desenhos, fichas de personagem e comentários à parte? São mesmo essenciais aqui. Não dá, não dá u3u
Anyway, mais uma vez obrigada pelo comentário filho~ 8D E continua a acompanhar a história
Está perfeito, leu-se bem e cada vez ficou mais interessante, continua senão mando o Slender Man ir buscar-te xD
ResponderEliminarthanks filha~ eu continuo, não quero dar trabalho ao Slendy xD
Eliminarmata-te claúdia *-*
EliminarGO TO SLEEP!
omg ... *q*
ResponderEliminartá fantanstico, parabens >w<
continuaa ~
thanks onpu~
Eliminareu continuo, don't worry~
"KABOOM" *--* máximo minha jeff!!
ResponderEliminarEspero pela historinha toda :c
Beijinhoos, da tua mamã que odeia a tua filha <3 xbb
obrigada Jeff Jane ºwº (ok what)
Eliminareu vou continuar, só tens que aguardar xD
thanks mais uma vez mãe 8D Beijinhos do Jeff para ti~
Ficou mesmo bom, escreves tão bem! *w*
ResponderEliminarMuito obrigada! Fico feliz por achares isso 8D
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